O Evangelho de ontem, segundo S. Mateus (cap. 16), é
desconcertante. Reli-o várias vezes. Fixei-me em S. Pedro e nas suas palavras
tão humanas. Jesus Cristo foi duro com ele, com os de mais e connosco. O Seu
amor compromete, perturba-nos. Durante a homília ouvia as palavras do
sacerdote e questionei-me sobre os sacrifícios que um cristão não pode deixar
de os aceitar… Mas que sacrifícios tive na minha vida?... Não consegui
encontrar um elemento que desse relevo a um estado no limite do sofrimento…
Deus acumulou-me de bênçãos… Existiram momentos difíceis mas houve sempre uma
explicação e assente na Fé.
Instantes depois li na “net” a tristeza do Papa Francisco
por encontrar cristãos que não são o “sal da terra”. É um sentimento do homem,
sacerdote e chefe da igreja que pegando na essência do Evangelho nos pede
compromissos, valores e orações
Mais tarde, em convívio com o meu amigo Jesuíta, tivemos a
notícia de um irmão que abdicou do caminho que estava fazendo na Companhia de
Jesus. Justificou-se por carta, mas não deixei de reparar nalguma tristeza em
que ficou o meu amigo que acrescentou dizendo que a formação de um sacerdote é
complexa, com sérios desafios e de grande compromisso.
Contudo hoje uma outra notícia veio acrescentar um novo elemento a
estes embaraços que Jesus Cristo manifestou no referido Evangelho: um jovem,
depois de tantas interrogações e algumas crises, junto da sua família anunciou o seu profundo desejo de seguir o caminho rumo ao sacerdócio… Uma bênção a
justificar a nossas orações.
Deus é assim, desconcertante e a “reclamar” de nós que
façamos sempre o melhor.
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Pintura exposta na Igreja da Sagrada Família em Viana do Castelo |
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