A ala reservada para os pequenos doentes era composta por um longo corredor, ladeado por vários gabinetes, pequenas enfermarias e uma ampla sala de recreio. A entrada de luz natural era evidente o que conferia ao espaço a beleza e tranquilidade possíveis.
A minha mãe vinha visitar-me há hora destinada e no restante tempo de espera aproveitava para brincar sob a supervisão das educadoras. Pela noite esgueirava-me ao quarto vizinho onde brincava com uma pequenina criança (não teria mais de dois anos) embora limitados por um berço alto que evitava uma possível saída do bebé do mesmo.
Ainda neste tempo de espera, de noite e por indicação dos meus colegas a recuperarem das intervenções cirúrgicas, ia sorrateiramente ver o quadro com a agenda das operações para o dia seguinte.
O número da minha cama ainda demorou algum tempo a ser escrito e por isso num dos dias de brincadeira, quando passeávamos no jardim do hospital, tive a oportunidade de "ver" a Jacinta.
A imagem totalmente branca da Nossa Senhora foi acompanhada com uma explicação das educadoras dizendo que naquele hospital tinha falecido a Jacinta.
Na catequese, mais tarde, aprofundei esta presença tão marcante da pequenina vidente mas na altura em que me vieram buscar para a programada intervenção cirúrgica vi-me de joelhos, ao lado da maca, a implorar ao maqueiro que não me levassem e apelando a Nossa Senhora.
Disseram à minha mãe, os que me "trataram da saúde" chefiados pelo Doutor Coimbra, que eu estava muito tranquilo quando entrei na sala de operações e que ficaram admirados com o que viram.
Nossa Senhora, por intercessão da Jacinta, reconfortou e acompanhou-me durante esta estadia no abençoado Hospital Dona Estefânia e nos competentíssimos profissionais de saúde.
António Tadeu Costa
Foto internet |
Sem comentários:
Enviar um comentário