sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

"Mãe, esperança"

De José Luís Peixoto, "Em teu Ventre", Quetzal, 2015

"O amor serve para o mesmo exemplo: cada um só será capaz de dar e receber o amor em que acredita.
É por isso, mãe, que és concreta, mesmo que sejas multiplicada por cada um.
Para cada coração, terás um rosto próprio, essa será a medida justa.
Criei tudo o que existe e tu, mãe, és o que está à volta de tudo, no lado de fora de tudo, maior do que tudo.
Como horizonte, és tu, mãe, que nivelas o que somos capazes de ver, és tu que garantes o equilíbrio.
Entre o infinito do céu e o infinito da terra, existe o teu infinito, igualmente desmedido e ilimitado.
Mãe, o tempo não é capaz de conter-te.
Mãe, morte e amor.
Mãe, esperança."

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