Há dias a minha esposa convidou o nosso pároco para um jantar de convívio. Em família recebemos a sua visita, que muito nos honrou e durante a conversa, que passou por tantos temas, o senhor Padre, um jovem de idade, não deixou de dizer que a minha geração falhou na educação dos seus filhos naquilo que tem a ver com a Fé.
Com as devidas ressalvas, mas nem por isso me sentido confortável com a justificação quanto à nossa família de base, evoluímos no tema que não deixou de esbarrar naquilo que são os padrões de atuação da minha geração: casar? ter filhos? instruí-los numa educação cristã? acompanhá-los na educação? sermos pais os exemplos?... Muitas interrogações!
Acolhemos (os da minha geração) uma vida descartável, do bem-estar a todo o custo, sem sentido, absorvida pelos bens materiais, de reduzida humanidade... que até dá para pensar que o animal que acompanhava, na parábola, o samaritano que acudiu o pobre homem alvo de assalto, teria mais 'humanidade' do que a geração a que pertenço.
Nem vale apena malhar nos políticos que nasceram nos anos 60. O empresário, o comerciante, o professor, entre tantos outros 'ofícios' e que estão hoje no 'poder' têm delapidado o património humano deixando para as futuras gerações uma carga social muito pesada e vazia de identidade.
E este modelo de vida tende para o colapso... Não a um nível planetário mas na nossa micro situação de mulheres e homens que não quiseram 'impor' (o verbo é forte não é?...) uma educação com princípios agregados ao Evangelho e que nos remete para uma vida com sentido, bonita e fraterna.
Como cristão tenho uma esperança enorme na geração onde se situam os meus três filhos. Podem, alguns ou muitos, estarem pouco atentos à Palavra de Deus e às Suas obras, mas quando se deixam iluminar pelo Amor de Deus tornam-se verdadeiros discípulos que sem estarem nas luzes da ribalta (tv's, redes sociais,...) cumprem os princípios do bom Samaritano que não abandonou a pessoa que precisava de auxílio.
Não escrevi isto para quem leu este texto, escrevi isto para mim!
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“O Bom Samaritano” – Delacroix |
Por, António Tadeu Costa
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