domingo, 23 de outubro de 2022

"Nós só perdemos aquilo que não damos." José Tolentino Mendonça

 Leitura pela manhã de José Tolentino Mendonça - "O TESOURO ESCONDIDO".

Retive esta passagem no capítulo "O Magnificat é, talvez, o mais belo poema".

Paul Claudel perdeu a Fé durante a sua juventude. Era,  podemos dizer,  uma Fé herdada, sociológica… A sua descoberta de Deus, a conversão que o irá transformar por completo, ocorre mais tarde, num dia em que ele entra, quase por acaso, na Catedral de Notre-Dame,  em Paris, e ouve cantar o Magnificat. Claude conta o que sentiu: ‘Num  momento, todo o meu coração se comoveu como nunca;  eu acreditei por dentro e com todas as forças;  todo o meu ser era como que violentamente arrebatado para o Alto. E havia em mim uma convicção tão forte, uma segurança tão indescritível, que fez desaparecer todos os resquícios das anteriores dúvidas.’(...) ‘Penso, muitas vezes, que o Magnificat é talvez o mais belo poema que existe. É um poema que ‘anuncia’, que não canta apenas a terra como Homero. Entre dois mundos, na encruzilhada da história, uma mulher levanta-se e diz o poema da Salvação.’ (Sophia de Mello Breyner Andersen, Jornal de Letras, 16 de fevereiro de 1982).

Todo este capítulo de Tolentino é de uma beleza que nos inspira a sermos, como Maria, os mensageiros de Deus, que é Amor. Merece uma leitura (e já ficamos colados à essência), mas outras leituras acontecerão porque são o (“re”)descobrir de Maria como “proclamadora do Magnificat”.

Em Alpiarça

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