Leitura pela manhã de José Tolentino Mendonça - "O TESOURO ESCONDIDO".
Retive esta passagem no capítulo "Mostra-nos Pai".
"(...) se atendermos ao jogo do seu (Pai-nosso) alinhamento frásico detetamos o seguinte: a primeira palavra é "Pai" e a última é "Mal". O desenho do texto aparece, por isso, investido de um grande significado, quando nos revela que o mal surge no extremo inverso ao pai, que o mal é o antipai. Isso é decisivo compreendermos. (...) Pensando no Pai-nosso, podemos dizer que o objetivo da oração é colocar-nos no Pai, inscrever-nos no seu coração: eu sou no Pai, existindo no Pai. A principal das orações cristãs não é um argumentário de pedidos, mas a expressão de uma relação confiante. Essa é a originalidade de Jesus. O apelo direto ao Pai é invulgar na tradição judaica. E torna-se ainda mais significativo quando, no espaço de uma prece tão sóbria como é o Pai-nosso, Jesus escolhe voluntariamente reconduzir o coração orante à sua essência: o próprio Pai." José Tolentino Mendonça
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Mosteiro dos Jerónimos - Lisboa |
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