Envolvido no evangelho de hoje em que Jesus dizia aos seus discípulos, ainda perturbados com todos os acontecimentos: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, (...)", reflicto sobre o homem Pôncio Pilatos. Quis a história da humanidade que este homem ficasse bem conhecido e por isso ele é identificado por dois nomes, de modo a que não subsistissem dúvidas. Em todas as missas pronunciamos estes dois nomes durante a oração do Credo. Este homem, cobarde, não entendeu a mensagem de Jesus e por isso deixou-se levar pelos impulsos da multidão condenando e tentando humilhá-Lo perante todos. Aquelas chicotadas tinham uma intenção: levar Jesus Cristo a sucumbir e assim não ser crucificado.
O povo costuma vulgarmente dizer em determinados contextos: "eu lavo as mãos como Pilatos". É uma expressão curiosa mas que não deixa ficar nada bem a quem a profere. É que a mesma está associada a cobardia e esta tem, pelos menos, um rosto: Pôncio Pilatos.
O Messias sofreu, e sofre, mas ressuscitou dos mortos.
No dia-a-dia de que lado estamos?.... De que lado estou?...
2 comentários:
Pilatos é a encarnação do medo, da ansiedade e da sobrevivência. Sua preocupação central não tem a ver com sua permanência no cargo de governador, ele pretende defender Cesar de um pretenso rei.
Pilatos recua instintivamente diante da majestade da verdade. Ele intui involuntariamente que as reivindicações da verdade são absolutas. Na presença da verdade temos que curvar-nos e isto para muitos representa uma ameaça.
Não somos maiores que a verdade, a verdade é divina e a verdade exige a nossa lealdade. A verdade é filha de Deus. A verdade é rei, então se a verdade é rei é para ser obedecida e ela é Deus, é para ser adorada. Com isso pensava Pilatos, não sobra nada para o homem, porque o homem quer ser leal em tudo para consigo mesmo.
Acho que vocês já viram a peça Hamlet. Seja fiel para consigo mesmo, é uma frase dita por cínicos, porque perante a verdade, nós não nos encerramos em nós mesmos, acima de nós em tudo está Deus!
Então Pilatos ficou com medo, porque ele começou a entender, se há uma verdade última, esta verdade é suprema e temos que passar a nossa vida inteira à busca da verdade e em serviço desta verdade.
Então Pilatos coloca a pergunta que trava tudo, que põe ponto final ao apelo de Deus.
E qual é a pergunta de Pilatos?
Que é a verdade?
De facto, a verdade é Deus.
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