Hoje, pelas 12.30 horas a minha mãe telefonou-me para dar
uma notícia: “O Papa resignou”. Por um momento pensei que fosse uma brincadeira
da época e foi com uma perturbante tristeza associada, quase de seguida, a uma
imensa gratidão que ouvi os desenvolvimentos da notícia.
Por momentos, o meu país mergulhado numa profunda crise
económica, pois a de natureza humana e religiosa é mais antiga, deixou de falar
de política, de cortes, de percentagens. Os comentadores foram “saneados” por
alguns dias, julgo eu. A notícia era a resignação de SS.
Interroguei-me sobre as razões. Mas... quem sou eu para o ajuizar, o senhor que está sentado na cadeira de Pedro e que nunca deixará de ser um dos
Papas da minha vida.
Após a leitura do “Declaratio” fiquei esmagado ao ler tanta
bondade e humildade. Estou certo que a decisão de SS terá sido dura de a
assumir mas quem o acompanhou, nem que fosse por lapsos momentos, não terá
ficado surpreendido. Uma lição para a humanidade e que a história saberá dar o
destaque ao Papa, ao sacerdote, enfim ao homem de Deus.
Quando nos diz: “Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de
coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o
peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos.” É uma frase de
ternura de quem vai partir, carregada de um grande sentimento de partilha que
nós, católicos, apostólicos, romanos, não poderemos aceitar e só uma invulgar
pessoa o poderia dizer.
De facto não poderemos aceitar o seu pedido de perdão, isto porque, nós, Povo de Deus, fomos indignos de quem se sentou na cadeira de Pedro. Tornámos o seu pontificado, em continuidade
com o legado deixado pelo, também nosso saudoso Papa Beato João Paulo II, um
período de oito anos carregado de vergonhas. Tanto mal foi feito da Igreja para
a Igreja: abusos sexuais, pedofilias, tentativas de agressão física,
similitudes com as ditaduras nazis, roubos, mordomos, difamações. SS suportou
tudo.
Ao ódio respondeu com amor, aos revivalismos chamou os jovens, aos não crentes deu-lhes espaço para estar em diálogo, às várias confissões religiosas fez a linda abertura da porta da fé (ecumenismo e diálogo inter-religioso), às viagens deu-lhes uma dimensão não só política mas de missionário em evangelização, às portas fechadas pediu autorização e entrou para estar “com”, à Fé cristalizada deu-nos as cartas, as encíclicas e o Ano da Fé. Um Papa sem medo. Uma bênção para a humanidade que não soubemos merecer.
Ao ódio respondeu com amor, aos revivalismos chamou os jovens, aos não crentes deu-lhes espaço para estar em diálogo, às várias confissões religiosas fez a linda abertura da porta da fé (ecumenismo e diálogo inter-religioso), às viagens deu-lhes uma dimensão não só política mas de missionário em evangelização, às portas fechadas pediu autorização e entrou para estar “com”, à Fé cristalizada deu-nos as cartas, as encíclicas e o Ano da Fé. Um Papa sem medo. Uma bênção para a humanidade que não soubemos merecer.
O mundo vai andar entretido a conjecturar sobre quem o irá
suceder, como se fosse um político em campanha eleitoral. Quem vier será por
desígnio do Espírito Santo e estou certo que não deixará de olhar para os seus
antecessores. Terá de calçar as sandálias do pescador.
SS Papa Bento XVI, eu e a minha família vos pedimos perdão e
damos Graças a Deus por termos tido a bênção de o ter como seguidor de Pedro.
Estaremos juntos em oração.
Estaremos juntos em oração.
Um abraço em Cristo, Filho da Virgem Maria, deste vosso servo.
Com saudade.
Com saudade.
António José Tadeu Costa
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