VI Domingo da Páscoa – Dia da Mãe
Homilia Pe. Jerónimo da
Rocha Monteiro
Temas: O
Discurso do adeus de Jesus – Dia da mãe
Introdução
…
Celebrar a vida
Estamos na
conclusão do primeiro discurso do adeus ou da consolação. Jesus não só promete
o Espírito. Promete a sua vida.
A presença
do Espírito Santo comunica-nos uma pedagogia da vida que se traduz na
experiência que possamos fazer a partir das palavras e da vida de Jesus,
ajudados pelo Espírito santo.
Vede como o
Papa Francisco foi buscar o DNA da vida da Igreja. Quando lhe trazem uma veste
toda rebuscada, diz ele: “Se o senhor quiser, pode vesti-la, monsenhor, eu,
não. O carnaval acabou”.
A
transparência da vida é um hino ao criador. Não há tempo sagrado e tempo
profano. Todo o tempo é de Deus. Não há Domingo para Deus, e semana pra o
homem. Todos os dias são do Senhor e do homem.
Aqui está o
centro do Evangelho deste Domingo: Deus vem habitar nos corações dos que O
acolhem e creem nEle. (…)
Dia da Mãe
Celebramos,
hoje, o Dia da Mãe. Agradeço ao coro por ter cantado duas músicas que fiz para
a minha mãe que já partiu para o céu.
É muito
difícil descrever esta figura com traços de infinito e cores do deserto.
Descrevê-la, fazer “narrativa dela” é perder toda a maravilha duma obra de
arte, criada não por mão humana, mas pelo próprio criador.
Pai e mãe
são a primavera do cosmos. Eles constituem a maior surpresa do universo, embora
não se deem conta. Só eles têm o segredo de chamar “pessoa” ao seu menino, à
sua menina. A mãe, é portanto, uma espécie de “deus” entre nós pela
transcendência dos seus gestos. Caminha toda a vida. É peregrina escondida das
paragens dos seus filhos, sobretudo quando os veem partir para outras terras,
ou pela noite dentro.
Há um
sobressalto sagrado que mantem a mãe sempre desperta. E se é quase o instinto
que lhe corta o sono quando seu filho dorme, é um ato duma racionalidade
infinita quando já não consegue saber por onde anda o filho das suas entranhas.
É aí a sua maior grandeza pelo amor que leva em seus pensamentos. Por isso,
estou seguro que, no mais além, a mãe continua sempre presente porque foi assim
que o Criador a idealizou, “eterna pastora”.
Ela é o
centro da família como comunidade de afetos e encontro de gerações. Se a beleza
da vida está impressa na criação como dinamismo fundamental, a mãe leva com ela
a energia de todas as pinturas belas pela vitalidade sagrada das suas obras de
arte.
Ela,
sobretudo, é aquela que é mestra na gestão dos silêncios. Aprende a estar em
silêncio. Em silêncio, Deus fala-lhe ao coração. Faz a experiência: sozinha no
quarto ou de noite, no terraço da casa, à sombra duma árvore, no parque, no
interior duma igreja. Aí escuta Deus. Encontra a tranquilidade e a paz. Pouco a
pouco vai encontrando novos caminhos, vai delineando o caminho como luz sempre
nova.
Neste Dia da
Mãe, como eu gostaria de receber os perfumes de todas as flores que viajam
continentes, de todas as mensagens eletrónicas que divinizam as plataformas da
Internet…
Gostava de
usar todos os meios! O telefone, a televisão, o teletexto, o email. O facebook,
o twitter, a palavra, a imagem, o folheto, o vídeo, o fax, o livro…
Que não haja
dia da mãe sem filhos. Mãe, se não os encontras sobe até à lua, pois muitos
filhos contemplarão a tua criação. Parabéns, mãe. Nossa Senhora, a Mãe por
excelência, ama-te como ninguém na terra. Adormece no Seu regaço, e acredita
que todas as mães estão no céu. Amen.
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