domingo, 5 de maio de 2013

O Discurso do adeus de Jesus – Dia da mãe


VI Domingo da Páscoa – Dia da Mãe
Homilia Pe. Jerónimo da Rocha Monteiro
Temas: O Discurso do adeus de Jesus – Dia da mãe
Introdução …
Celebrar a vida
Estamos na conclusão do primeiro discurso do adeus ou da consolação. Jesus não só promete o Espírito. Promete a sua vida.
A presença do Espírito Santo comunica-nos uma pedagogia da vida que se traduz na experiência que possamos fazer a partir das palavras e da vida de Jesus, ajudados pelo Espírito santo.
Vede como o Papa Francisco foi buscar o DNA da vida da Igreja. Quando lhe trazem uma veste toda rebuscada, diz ele: “Se o senhor quiser, pode vesti-la, monsenhor, eu, não. O carnaval acabou”.
A transparência da vida é um hino ao criador. Não há tempo sagrado e tempo profano. Todo o tempo é de Deus. Não há Domingo para Deus, e semana pra o homem. Todos os dias são do Senhor e do homem.
Aqui está o centro do Evangelho deste Domingo: Deus vem habitar nos corações dos que O acolhem e creem nEle. (…)
Dia da Mãe
Celebramos, hoje, o Dia da Mãe. Agradeço ao coro por ter cantado duas músicas que fiz para a minha mãe que já partiu para o céu.
É muito difícil descrever esta figura com traços de infinito e cores do deserto. Descrevê-la, fazer “narrativa dela” é perder toda a maravilha duma obra de arte, criada não por mão humana, mas pelo próprio criador.
Pai e mãe são a primavera do cosmos. Eles constituem a maior surpresa do universo, embora não se deem conta. Só eles têm o segredo de chamar “pessoa” ao seu menino, à sua menina. A mãe, é portanto, uma espécie de “deus” entre nós pela transcendência dos seus gestos. Caminha toda a vida. É peregrina escondida das paragens dos seus filhos, sobretudo quando os veem partir para outras terras, ou pela noite dentro.
Há um sobressalto sagrado que mantem a mãe sempre desperta. E se é quase o instinto que lhe corta o sono quando seu filho dorme, é um ato duma racionalidade infinita quando já não consegue saber por onde anda o filho das suas entranhas. É aí a sua maior grandeza pelo amor que leva em seus pensamentos. Por isso, estou seguro que, no mais além, a mãe continua sempre presente porque foi assim que o Criador a idealizou, “eterna pastora”. 
Ela é o centro da família como comunidade de afetos e encontro de gerações. Se a beleza da vida está impressa na criação como dinamismo fundamental, a mãe leva com ela a energia de todas as pinturas belas pela vitalidade sagrada das suas obras de arte.
Ela, sobretudo, é aquela que é mestra na gestão dos silêncios. Aprende a estar em silêncio. Em silêncio, Deus fala-lhe ao coração. Faz a experiência: sozinha no quarto ou de noite, no terraço da casa, à sombra duma árvore, no parque, no interior duma igreja. Aí escuta Deus. Encontra a tranquilidade e a paz. Pouco a pouco vai encontrando novos caminhos, vai delineando o caminho como luz sempre nova.
Neste Dia da Mãe, como eu gostaria de receber os perfumes de todas as flores que viajam continentes, de todas as mensagens eletrónicas que divinizam as plataformas da Internet…
Gostava de usar todos os meios! O telefone, a televisão, o teletexto, o email. O facebook, o twitter, a palavra, a imagem, o folheto, o vídeo, o fax, o livro…
Que não haja dia da mãe sem filhos. Mãe, se não os encontras sobe até à lua, pois muitos filhos contemplarão a tua criação. Parabéns, mãe. Nossa Senhora, a Mãe por excelência, ama-te como ninguém na terra. Adormece no Seu regaço, e acredita que todas as mães estão no céu. Amen. 

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