quarta-feira, 2 de março de 2016

"O caso Spotlight" - filme

De Rui Jorge Martins, Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, 29.fev.2016

Na edição desta segunda-feira do jornal do Vaticano, Lucetta Scaraffia escreve que "O caso Spotlight" «não é um filme anticatólico porque dá voz ao choque e à dor profunda dos fiéis» perante a descoberta de uma «horrível realidade».

«É verdade que na narrativa não é dado espaço à longa e tenaz luta que Joseph Ratzinger, como prefeito da Congregação Para a Doutrina da Fé e como papa, empreendeu contra a pedofilia na Igreja. Mas num filme não se pode dizer tudo, e as dificuldades que Ratzinger encontrou não fazem senão confirmar a tese do filme, ou seja, que demasiadas vezes a instituição eclesiástica não soube reagir com a necessária determinação perante estes crimes», assinala o texto do "Osservatore Romano".

Hoje, continua o artigo, «é claro que na Igreja demasiadas pessoas se preocuparam mais com a imagem da instituição do que com a gravidade do ato».

«Tudo isto não pode justificar a culpa gravíssima de quem, visto como representante de Deus, se serve dessa reputação e autoridade para se aproveitar dos inocentes. Isto no filme é bem contado, dando espaço à devastação interior que estes atos causam nas vítimas», refere a autora.

O apelo ao papa Francisco por parte de um dos coprodutores do filme ao receber o Óscar «deve ser visto como um sinal positivo: há ainda confiança na instituição, há confiança num papa que está a continuar a limpeza iniciada pelo seu antecessor já como cardeal. Há ainda confiança numa fé que tem no seu coração a defesa das vítimas, a proteção dos inocentes», conclui Lucetta Scaraffia.

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